A reciclagem de resíduos sólidos urbanos (RSU), como papel, plástico, alumínio, vidro, e sucatas de ferro é um dos pilares da agenda ambiental no Brasil. A lei Federal 12.305/2010, aprovada pelo Presidente Lula, criou o Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estimulou estados e municípios a adotarem políticas de coleta seletiva, valorização dos catadores com trabalho e renda, e profissionalização das cooperativas de reciclagem.
Considerando que os avanços foram modestos diante dos dados do setor que apontam o aumento da quantidade de consumo e descarte de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 50% até 2050 é urgente que o estado de São Paulo e seus municípios façam sua parte. Como plane-jar e adotar políticas públicas que ampliem a coleta seletiva e possibilite o desenvolvimento do setor?
A obrigatoriedade da Logística Reversa – educação ambiental dos consumidores, coleta seletiva, triagem, comercialização e destinação final dos resíduos sólidos – tem garantido que os materiais retornem à cadeia produtiva mesmo ainda que a PNRS não seja uma realidade na maioria das cidades.
Hoje as Cooperativas e os trabalhadores sobrevivem da venda dos créditos de reciclagem, revertidos em equipamentos, manutenção e renda aos catadores. Porém, a remuneração dos catadores pelos ser-viços prestados não foi implementada. Ainda que os decretos 10.936 e 11.044/2022, determinem que o Ministério do Meio Ambiente execute o Programa Coleta Seletiva Cidadã, que entre outras medidas, melhora as condições de trabalho dos catadores e regulamenta que os créditos de reciclagem (Recicla+) serão aceitos das notas fiscais emitidas por cooperativas, não tratam da remuneração dos serviços prestados.
Diante disso, os milhões de catadores organizados em cooperativas, associações, núcleos ou avulsos trabalham no dia a dia sem equipa-mentos de proteção individual (EPIs), uniformes ou condições adequadas e vivem apenas da renda da comercialização dos materiais coletados, sem nenhum amparo social.
Luiz Claudio Marcolino é economista, bancário e dirigente sindical e vice-presidente licenciado da CUT/SP. Foi deputado estadual, diretor da Adesampa e Superintendente do Ministério do Trabalho. Atua por moradia, pela valorização dos trabalhadores e do servidor público, da economia solidária, do cooperativismo e empreendedorismo para maior desenvolvimento econômico e social.
Luiz Claudio Marcolino
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