Sociedade civil e médicos indicam necessidade de instituir protocolo estadual de atendimento a pacientes; solicitação será encaminhada pelo deputado Marcolino

A estimativa de que 410 mil brasileiros tenham Cardiomiopatia Hipertrófica (CMT), doença do coração mais conhecida como mal súbito, é um problema de saúde pública que acomete e causa a morte súbita em jovens. Ela pode ser grave e causar limitações à vida dos pacientes. A necessidade de instituir um protocolo de atendimento em toda a rede pública paulista para reduzir a subnotificação de casos e as mortes pela doença, foi discutida na audiência realizada na quinta-feira (05/09) pelo deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT/SP).

O parlamentar propôs encaminhar essa solicitação ao secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, em conjunto com as instituições que realizaram a audiência em parceria com o deputado Marcolino, que também convidou os especialistas que participaram do debate.

Deputado Luiz Claudio Marcolino

O evento foi proposto pela Colabore Com o Futuro, representada na audiência por uma das fundadoras da entidade, Andréia Bento, e pelo Grupo de Advocacy Cardiovascular (GAC), representado por Patrícia Vieira que também é da Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar.

Elas ressaltaram a importância de ampliar o conhecimento sobre a doença, definir um diagnóstico e o acesso aos novos medicamentos que podem proporcionar aos pacientes melhores condições de vida e evitar a ocorrência do mal súbito.

Também falaram o médico Dirceu Rodrigues de Almeida, professor de cardiologia e chefe do setor de miocardiopatias da Universidade Federal de São Paulo (Fesp) e representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Estado São Paulo (Sosesp), da médica do Hospital Dante Pazzanese, Edileide de Barros Correia, do administrador Marcos Bonato, representando o Instituto Amor e Carinho, também participou, de modo on-line, a médica Caroline Mazeto, do Hospital das Clínicas de Botucatu.

DIANÓSTICO E NOTIFICAÇÃO

Todos ressaltaram a importância do protocolo nas unidades de saúde para um diagnóstico mais preciso e superar os desafios do tratamento. “Os pacientes encontram dificuldade nas unidades de saúde quando reclamam de falta de ar, cansaço em realizar atividades físicas comuns e até mesmo dor no peito. Segundo os médicos, qualquer um desses sintomas precisa ser investigado e a existência dessa cardiomiopatia hipertrófica precisa ser considerada pelas equipes de saúde”, ressaltou o deputado.

Na audiência, o jovem de 19 anos, Taylon César, relatou que buscou atendimento médico quando começou a passar mal ao tentar andar de bicicleta, jogar bola e até mesmo trabalhar. “No primeiro atendimento afirmaram que era sedentarismo. Mas as dores continuaram. Voltei ao médico e aí sim veio o diagnóstico de Cardiomiopatia Hipertrófica. Isso mudou a minha vida, porque a recomendação foi que eu não posso praticar nenhum esporte”, disse.

A ideia de instituir um protocolo é que a dificuldade que Taylon encontrou no primeiro atendimento não ocorra mais. Somente no segundo atendimento ele conseguiu dar início ao tratamento.

A audiência contribuiu ainda para que as pessoas que têm a doença e não sabem, possam ter essa consciência do problema e tratar. “Vimos na audiência hoje quanto é importante que as unidades de saúde pública e privada possam diagnosticar precocemente essa cardiomiopatia. Vamos propor ao secretário a elaboração desse protocolo”, afirmou o deputado Marcolino, que é membro da Comissão de Saúde da Alesp.

Fotos: Bruna Sampaio/Alesp

A queda na prestação da qualidade dos serviços, problemas ambientais e sociais foram apontados pelo deputado Luiz Claudio Marcolino (PT/SP) como consequência da venda das empresas públicas feitas pelo governador Tarcísio e pelo ex-presidente Bolsonaro

A população de São Paulo continua a ter problemas com os serviços públicos que foram privatizados, como os de energia elétrica e transporte de trens urbanos. O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT/SP) criticou mais um apagão de energia elétrica que atingiu cerca de 1 milhão de pessoas na Zona Leste da Capital no dia 31 de agosto. Há cerca de 10 dias, trens das linhas concedidas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) não abriram as portas e circularam com as portas abertas.

O deputado criticou a piora dos serviços à população durante fala na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na terça-feira 03/09, motivado pela ocorrência de um apagão de energia elétrica e de mais denúncias nas linhas 8 e 9 da ViaMobilidade.

A queda de energia na Zona Leste teria sido causado pela Eletrobras, empresa privatizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019. Em São Paulo, a Enel, concessionária responsável pelo serviço de energia elétrica da Capital e de cidades da Região Metropolitana de São Paulo, já foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

A piora na qualidade do serviço prestado, cobranças indevidas e apagões foram reclamações recebidas pelos deputados durante as investigações. O deputado Marcolino foi sub-relator da CPI, destacou a necessidade de romper o contrato com essa empresa diante de tantos problemas e defendeu a indenização a todos os prejudicados pelo apagão de 3/11/2023, porque a religação da energia elétrica em alguns locais demorou vários dias.

“O fato é que o governador Tarcísio segue os passos do Bolsonaro e já privatizou a Sabesp, já entregou mais ramais da CPTM à iniciativa privada. Pretende privatizar escolas, vendeu a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e todo o patrimônio do povo paulista está na mira dos empresários, incentivados pela política privatista desse governo”, disse.

Deputado Luiz Claudio Marcolino durante CPI da Enel, em 2023

Para convencer a opinião pública, o governador desmerece os governos de esquerda, que têm em sua proposta o fortalecimento das empresas públicas como forma de investimentos e desenvolvimento econômico e social. Anuncia melhora no serviço privatizado e queda nas tarifas – mas até agora todos os exemplos de privatizações apontam exatamente o contrário.  

O deputado afirma que a privatização dos serviços públicos essenciais prejudica a população. “Para visar lucro, as empresas que estão à frente de muitos serviços públicos reduzem a qualidade. A periferia, que já tem muitas dificuldades de acesso às políticas públicas, passa a sofrer ainda mais com o aumento das tarifas e descaso no atendimento às suas demandas”, ressaltou o deputado.

PATRIMÔNIO PÚBLICO

O deputado Marcolino lembrou de ações do Governo Federal em defesa do patrimônio público. A Petrobras teve processos de privatizações suspensos após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dela foi privatizada por Bolsonaro e a população acabou sendo atingida.

“Assim que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não prosseguiu com a ampliação da privatização da Petrobras. A empresa teve lucro de R$ 124,6 bilhões no ano passado e, no primeiro trimestre deste ano, o lucro foi de R$ 23,7 bilhões. Isso demonstra que as empresas públicas com boa gestão não devem ser privatizadas”, afirma o deputado Marcolino.

No caso da Petrobras, há ações para atingir sempre o recorde de produção e mais eficiência. Ela também incentiva e investe no desenvolvimento de tecnologia e inovação no país e investe em outras áreas sociais, esportivas e culturais, contribuindo com a sociedade”, ressaltou o deputado Marcolino.

É exatamente o contrário do que o governador Tarcísio fez em São Paulo. Ele privatizou a Sabesp, uma empresa pública de capital misto que dá lucro e é eficiente no atendimento às periferias.  Na venda da empresa, ainda permitiu que ocorresse prejuízo aos cofres públicos de R$ 4,5 bilhões.

“É, por esse motivo, que eles não gostam dos governos de esquerda. “A nossa atuação é pelo fortalecimento das empresas públicas que prestam serviços essenciais. Sem visar lucro, com o investimento destinado na melhoria contínua do atendimento à população. Com preço justo na tarifa, com respeito às periferias”, afirmou o deputado Marcolino.