Desde junho de 2023 o secretário de habitação, Milton Vieira e o prefeito, Ricardo Nunes do município de São Paulo não responderam a extensa pauta de reivindicações encaminhadas pela União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior (UMM), que reúne Movimentos de Moradia das diversas regiões da capital responsáveis pela coordenação e execução dos projetos de moradia de interesse social para a população que mais precisa.
A promessa da prefeitura de entregar 40 mil casas não saiu do papel, e as obras iniciadas pelo Programa Pode Entrar, de associações e mutirões de autogestão, não receberam o repasse da parcela de fevereiro. Para Vani Poletti, presidenta do Movimento Habitacional e Ação Social, Mohas, que tem obras em andamento, como o Cohab Adventista “Atrasar as medições e repasses, compromete a entrega da obra e prejudica as famílias que estão ansiosas para entrar na casa própria”.
Para que os movimentos de moradia fossem recebidos pela prefeitura, a União dos Movimentos de Moradia realizou na quarta-feira, 21 de fevereiro o Ato “Prefeito, cadê a moradia?”, do qual participou o Deputado Estadual, Luiz Claudio Marcolino (PT).
O Ato começou na Praça da República e percorreu as ruas do centro até o Viaduto do Chá, onde está localizada a sede da Prefeitura da cidade de São Paulo para exigir o pagamento das parcelas atrasadas das obras do Programa Pode Entrar, reajustes dos contratos, novos empreendimentos, aporte para o programa Minha Casa, Minha Vida, entre outras negociações que envolvem favelas, regularização fundiária, despejos e Parceria Público Privada da habitação.
“Falta dinheiro para as obras de interesse social construídas através do Programa Pode Entrar, mas não falta dinheiro para as obras executadas por construtoras”, disse o deputado Marcolino durante o Ato.
O protesto provocou a abertura de negociações no mesmo dia entre uma Comissão da UMM e os Secretários Municipais da Casa Civil e Habitação, que prometeram, em nome do Prefeito, liberar os pagamentos das medições pendentes das obras em andamento do Programa Pode Entrar, reajustar os contratos e manter uma agenda de negociações sobre todas as pautas apresentadas.
Grande vitória! Na quarta-feira (8), o Supremo Tribunal Federal confirmou a liminar do Ministro Barroso e mantém suspensão de despejos até 31 de março de 2022. A decisão da maioria dos ministros do STF prorrogou a ADPF-828 e vai beneficiar milhares de famílias ameaçadas de despejo durante a pandemia no campo e na cidade em todo o Brasil.
No dia que iniciou a votação (7), movimentos e entidades da Campanha Despejo Zero realizaram ato em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, por um “Natal sem Despejos” e para pressionar as autoridades pela prorrogação. O ato contou com a participação da CUT/SP, representada por seu vice-presidente Luiz Claudio Marcolino.
“O que leva família inteiras a ocupar um terreno? O desemprego, cerca de 15 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil e a falta de uma política de geração de renda e emprego. Não há uma preocupação nem do presidente e nem do governador do Estado de São Paulo e nem da prefeitura da capital. A decisão do STF vai até março, mas precisamos pensar políticas mais estruturadas para a questão habitacional de São Paulo”, ressalta Marcolino, em sua Coluna São Paulo em Foco, na Rádio Brasil Atual, na tarde de ontem.
O vice-presidente da CUT lembra que João Doria extinguiu o CDHU, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, que seria o órgão responsável pela construção de moradias no estado. “No caso das prefeituras, as Cohabs não estão conseguindo construir casas de interesse social, porque o governo federal descontinuou o Minha Casa Minha Vida. Não há mais esse projeto sendo aplicado nas cidades. Família inteiras estão nas ruas, porque não conseguem mais pagar aluguel”, denuncia.
A Coluna São Paulo em Foco, com comentários de Marcolino, é sempre às quartas-feiras, a partir das 17h15, na Rádio Brasil Atual 98,9FM – https://www.redebrasilatual.com.br/radio/